O BARATO SAI CARO!
Este post serve apenas como aviso... fique sempre atento para aquelas ofertas "milagrosas". Vinho bom custa caro para fazer!
Outro dia, um amigo comentou que tinha comprado um Malbec Argentino da Catena Zapata, pagando R$ 350,00, em Ponta Grossa, adquirindo 2 garrafas, totalizando R$ 700,00. Nosso comentário na hora foi o seguinte: é falso!
Esse amigo, apreciador de bons vinhos, mesmo alertado, comprou a dita oferta, em um grupo de whats.
Uma semana depois, levou uma das garrafas adquiridas, na tal oferta milagrosa, em um jantar com amigos.
Abriu a garrafa e serviu à todos. Logo percebeu que algo não estava de acordo!
A qualidade do que estava bebendo era muito inferior àquilo que deveria ser entregue, por uma garrafa de Malbec Argentino da Catena Zapata, "não é O Malbec Argentino", comentou ele com os amigos.
Chegando em casa, foi comparar ... colocou lado a lado: uma garrafa adquirida na Argentina em loja idônea, com a garrafa remanescente da aquisição de R$ 350,00... dessa forma, com as duas garrafas juntas, percebeu várias discrepâncias, gravou um vídeo e nos enviou.
Precisávamos comparar.... Combinamos então uma degustação às cegas.
Ele levou a suposta garrafa falsificada, levamos uma outra, adquirida na Argentina recentemente, na Caminos em Puerto Iguazu, e outra, adquirida por um amigo, também em loja idônea na fronteira.
Realizada a prova às cegas, com 09 (nove) participantes, relatamos aqui, o que vimos e provamos:
1) As garrafas eram diferentes, porém, precisa ter uma original junto, para perceber as diferenças, caso contrário, facilmente passa desapercebido.
Medimos todos os detalhes que constavam no belo rótulo do Malbec Argentino, e, nas duas garrafas originais, as medidas foram absolutamente iguais.
Na falsificada, várias medidas das gravuras e escritos, diferentes;
2) A qualidade da impressão do rótulo estava inferior, e o padrão dos carimbos completamente diferentes.
As três garrafas eram da mesma safra e lote, portanto, as impressões e carimbos deveriam, em tese, seguir um padrão, serem iguais, o que ocorreu apenas com as garrafas originais.
A falsificada, o carimbo era diferente, e a cor do rótulo também, mais claro, facilmente identificado.
Você até pode aceitar impressão mais clara, talvez o lote impresso com pouca tinta ( o que duvido muito que aconteça com produtos dessa qualidade), mas o papel, era visivelmente mais claro, aos olhos de qualquer um.
3) Nas rolhas das garrafas originais, constavam duas marcações. Na rolha da garrafa falsificada, essas marcações não existiam;
4) O peso entre as garrafas originais, variaram em 5 gramas.
Na garrafa falsificada, o peso variou em 90 gramas, com relação às outras duas;
5) No teste gustativo, o vinho da garrafa falsificada, era mais ácido, e, com o passar da degustação, não evoluiu em nada.
O vinho das garrafas originais, bem mais macio, ao longo da degustação foi evoluindo na taça.
CONCLUSÃO
Na comparação realizada, não nos referimos sobre preferência pessoais. Cada um tem a sua!
Relatamos apenas um fato concreto, ocorrido com um amigo nosso, aqui na cidade de Ponta Grossa - Pr, e serve de alerta: a venda de produtos falsificados está mais perto nós, do que imaginamos!
Quando for adquirir vinho, desconfie dessas ofertas milagrosas.
A pandemia fez com que o consumo de vinhos no Brasil disparasse, disparando também o contrabando e as falsificações. Não confunda câmbio barato com picaretagem, são coisas bem distintas.
Muita gente cruza a fronteira para comprar vinhos ali na Argentina! Chegando lá, várias são as ofertas, e escuto sempre: "fui em um mercadinho ali e comprei vinho "X" por R$ 40,00, vinho "Y" por R$ 280,00, e por aí vai.
Em Bernardo de Irigoyen, compre na Vera Vinos e Vinoteca Casagrande (Sebastian, o sommelier da loja, é um dos maiores entendidos de vinhos argentinos que eu conheço, está sempre por lá, peça dica para ele) não tem erro!
Em Puerto Iguazu, vá na Caminos (fala com o Pablo), Oda e Don Jorge...
De resto, o barato pode sair caro!
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