Atualmente, o transporte de bebidas é um dos setores que mais cresce no Brasil, mas em um país continental como o nosso, o transporte de cargas é sempre um grande desafio, ainda mais quando falamos em transporte de vinhos e outros líquidos.

Desde que existe a logística, existe a logística do vinho e outras bebidas líquidas comuns aquela época. Alguns dos achados arqueológicos mais comuns da Grécia Antiga são as ânforas, recipientes cerâmicos usados em grandes quantidades para armazenar e transportar azeites e vinhos, entre outras coisas.

Milhares de anos depois, os desafios do transporte de líquidos não mudaram tanto como muitos imaginam, e, ainda, se concentram em questões como temperatura, oxidação e contaminação.

Com isso, o transporte de vinho é considerado um campo especializado da logística, onde muitas vezes vale aquela máxima onde: o barato pode sair muito caro, e neste caso, é aconselhável trabalhar com empresas especialistas neste tipo de transporte.

Os vinhos são mercadorias frágeis e delicadas e por isso, devem ter um cuidado especial sempre: do manuseio, ao transporte.

Alguns especialistas chegam a dizer que o vinho é um produto vivo, portanto os cuidados com o seu transporte e armazenamento devem ser muito diferenciados.

Especificamente no caso brasileiro, somam-se a todas estas particularidades, dificuldades como a falta de infraestrutura (atualmente, de um total de 1.720.700 km de rodovias brasileiras, 213.453 km são pavimentadas e 1.349.938 km são não pavimentadas), diferenças climáticas encontradas em um país continental, problemas de segurança e roubo nas estradas, legislação desatualizada, entre muitos outros. Isto tudo acaba encarecendo bastante o custo de transporte de vinhos, impactando no valor final do produto.

No caso do transporte de líquidos, uma empresa de transporte, devidamente regularizada e estabelecida, precisa ainda contar com algumas autorizações específicas, além de um seguro de cargas robusto que dê cobertura em caso de acidentes e avarias.

No caso específico do vinho, a legislação não considera perigoso o seu transporte, nem qualifica estes produtos como líquidos combustíveis ou inflamáveis. Mas, no que tange ao seguro, uma apólice que contemple seguro de vinho com certeza tem um custo bem elevado pela fragilidade e valores atuais destes produtos.

Toda e qualquer pessoa que viaja de carro, já cruzou na estrada com algum tipo caminhão, porém a maioria das pessoas não faz ideia da enorme quantidade de variáveis que envolvem esta atividade. Apenas para dar uma idéia, um caminhão moderno possui tanta ou mais tecnologia embarcada que os mais caros carros de luxo disponíveis no mercado, e percorrem em média entre 8.000 e 10.000 km por mês, dependendo do segmento.

Empresas de transporte sérias e confiáveis, buscam alternativas para o aumento da qualidade e produtividade no transporte das cargas, utilizando soluções com maior tecnologia embarcada e processos mais ágeis em toda a cadeia.


Marcos Machado Teixeira – Graduado em Direito e Economia, especialista em Finanças pela UC Berkeley e Mestre em Engenharia Logística pelo MIT.